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AJSP - Associação de Jogos de Simulação de Portugal

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Artigo - Julho 2002, por  José Brazete


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Napoleónicos

20 de Julho de 2002



Foi dos jogos Napoleónicos que eu gostei mais de fazer até hoje e já levo uma longa experiência com mais de 20 anos. Fazendo uma apreciação breve dos vários aspectos temos:


1. Terreno


Os terrenos de jogo estavam agradáveis em termos estéticos com colinas, rios, estradas, bosques e casas formando um conjunto harmonioso para a vista, que também joga.


Devemos continuar a investir neste capítulo pois o factor visual é também um dos factores importantes do período Napoleónico. A parte referente aos sectores urbanos é aquela que urge maiores melhorias.


2. Os Jogadores


Simplesmente fabulosos. Há muito tempo que não via tanto entusiasmo à volta de um jogo. Sem “capionites”, sem a habitual “fome” de pontos, apenas jogar pelo prazer de jogar. Este é o espírito que eu defendo para esta Associação e que eu quero ver cada vez mais realçado.


Quero, no entanto, aqui deixar expressas as minhas desculpas a três jogadores, Nuno Pereira, Ricardo Simas e Hugo Ximenes que mal movimentaram as suas tropas devido ao excesso de zelo dos respectivos comandantes.


Demasiado preocupados com esquemas tácticos esquecemo-nos que o objectivo era jogar. Assim estes três senhores passaram o jogo a “ver jogar”. Não volta a acontecer. Todos temos direito de ter um papel activo no jogo.

     

3. Tropas


Bem “toneladas” delas. Eram tantas que numa das mesas parecia um mar de “gente” tal era a concentração. Conseguir juntar quase 4500 figuras é obra atendendo ao facto de que a maior parte dos veteranos e alguns experimentados estiveram ausentes.


Por um lado, este factor foi bonito, no entanto em termos de jogo tornou-se maçador e complicado, pois não havia quase um cm2 disponível para manobrar. De realçar o espírito fabuloso de alguns dos novos adeptos da modalidade que fizeram questão de estarem presentes com os seus “exércitos”, fazendo um enorme esforço de última hora para terem as suas figuras pintadas e aqui os meus parabéns para o Delfim, Ximenes, Orlando, Artur, Nuno e Diogo. Continuem, queremos ver mais figuras vossas a inundar as mesas de jogo.


Uma sugestão: Pintem Generais!!!

     

4. Jogo


Por fim como decorreu o jogo. Tentei impor alguma disciplina militar mesmo antes do jogo começar para que algumas regras fossem cumpridas pelos jogadores e o que é certo e apesar da malta não estar na tropa funcionou plenamente. As visitas entre mesas foram pouco frequentes e por períodos muito curtos, as conversas cruzadas também foram quase nulas não provocando assim quase nenhum “ruído” paralelo, desestabilização e consequente falta de concentração que é tão frequente em jogos grandes.

     

O sistema de dividir um jogo grande em sectores autónomos foi também testado e é sem dúvida o mais adequado. Cada sector joga autonomamente, não ficando subjugado aos acontecimentos que se desenvolvem noutros sectores. No seguimento do jogo também podemos tirar a conclusão de que o ideal é realmente ter apenas um jogador por cada mesa de 1,2m por 1,8m com um máximo de três mesas destas para formar um sector.


Desta forma o máximo admissível são três jogadores contra três, estando, no entanto, convencido pessoalmente de que o ideal é dois para dois. Com toda a certeza este é um sistema a utilizar em futuros jogos.


Quanto ao desenvolvimento do jogo as coisas até correram melhor do que eu esperava. As jogadas tiveram a celeridade possível face ao número de jogadores e de tropas em cima da mesa, tendo sido praticamente uma constante a disciplina entre os diversos jogadores proporcionando que não houvesse perdas de tempo excessivas. Aqui penso que estamos todos de parabéns.

     

Por fim aquilo que eu considero negativo e que foi sem dúvida o ponto mais fraco. Toda a gente que joga gosta de ver o jogo chegar ao fim e mais uma vez nós não o conseguimos fazer. No entanto, para mim isso não foi uma surpresa pois face ao número de jogadores e de tropas disponíveis e ao tempo que tínhamos para jogar, apenas um dia, era obvio para mim de que não iriamos acabar o jogo e esta convicção foi ainda mais acentuada com a chegada de dois reforços com que não estava a contar, o Filipe Soeiro (carregado de chumbo Bávaro e da Confederação do Reno) e o Ricardo Simas com a sua Legião Portuguesa

     

Esta é uma preocupação que a partir de agora também vou ter, que é dimensionar os jogos ao tempo disponível pois a satisfação plena só se atinge quando vemos o fim do jogo.

                




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